domingo, 27 de junho de 2010

When is good, good enough?!

Só quem me conhece há mais de 3 anos sabe o que passei para encontrar um emprego. Não que não tivesse as qualificações necessárias, não que não quisesse trabalhar, não que fosse demasiado picuinhas, mas nas cabeças dos empregadores do nosso belo Portugal, uma moça licenciada com 22 anos não poderia ser boa trabalhadora. Provavelmente se me estivesse a marimbar para o curso e o tivesse feito em 10 anos ninguém me perguntaria nada, mas como o tirei em 4 anos e meio (em vez dos 5 supostos), todos punham em causa a minha “maturidade” para desempenhar uma qualquer função no mundo dos “crescidos”.

Finalmente encontrei quem fosse inteligente o suficiente para aproveitar-se da minha tenra idade e apostar em mim. Feliz ou infelizmente isso aconteceu no estrangeiro e hoje… Bom, hoje em dia enfrento o reverso da medalha. As propostas chegam-me assim do nada, inclusive por telefone, pessoas que sabem o meu nome, conhecem o meu trabalho (quem diria?!). Bom, nada disto é fruto do acaso, mas sim de 3 anos de muito muito muito esforço, dedicação e também de ter abdicado de muitas (provavelmente demasiadas) coisas em prol do meu emprego e da minha carreira, que são hoje a minha vida.

Claro que fico contente e muito orgulhosa, mas situações destas fazem pensar… depois da enorme luta que travei devo agora colher e gozar dos louros, certo? Ou devemos sentir-nos sempre insatisfeitos e procurar mais e melhor? Quais são os parâmetros a tomar em conta aquando da avaliação do estado da nossa vida? Felicidade? Motivação? Oportunidades de carreira? Qual a diferença entre satisfação, felicidade e conforto? Quando mudar? Como se sabe que é altura de virar a página e procurar um novo desafio?

Um amigo disse-me esta semana para olhar em redor e acreditar que das 100 pessoas que estavam à nossa volta, a maioria seria, na realidade, infeliz (ou pelo menos não seria feliz). Serei uma delas? O que fazer para mudar esta situação?

Muitas perguntas, poucas respostas.

Pode ser que o sol que (finalmente) tivemos hoje na Áustria me ilumine.

Um beijo com saudades…

2 comentários:

Anónimo disse...

Respondo-te também com muitas perguntas sem resposta... Independentemente de seres a 99ª infeliz ou "A" feliz, o "enough" estará na medida daquilo que traçaste para a tua vida.
Uma coisa eu sei... a Nenocas não é de SUFICIENTE(s)... ;-)
Beijos, muitos!

ISa disse...

Miga... percebo-te muito bem... as dúvidas por vezes assolam-nos de uma maneira que põem em causa muito mais do que gostaríamos ter que enfrentar! Por vezes chego a questionar se a dita "crise de identidade" não deveria ter terminado já as suas aparições! Acredito que estes momentos de inquisição pessoal fazem-nos evoluir quando os travamos com decisões radicais! Depois sempre podemos lamentar ou regozijar o resultado...!!!! Também confio que sou feliz por ter que enfrentar estas dúvidas... triste aquele que padece de um sossego intelectual, sem conflitos, sem espasmos emocionais!!! És a maior miga... tenho muito orgulho em ti :)