Ainda me recordo de algumas imagens da minha primeira viagem de avião. Na altura com 4 anos de idade, a viagem Brasil – Lisboa incluiu dores de ouvidos, uma ida à casa de banho - de onde me “perdi” entrando assim na cabine de fumadores cuja nuvem de fumo ainda hoje faz parte das imagens que retive - e de um modo geral muita choradeira. Alguns anos mais tarde – com idade para ter juízo – visitei os Açores numa viagem cuja turbulência me proporcionou mais uma vez um mar de lágrimas e muito nervosismo. Ao contrário do meu pai e irmãos – que nutrem uma paixão por esses objectos voadores – eu sempre preferi ter os pés do chão.
Morei na Holanda por um ano, na Bélgica por seis meses, na Áustria por quatro anos e nesses intervalos de tempo visitei regularmente Portugal. Nos últimos 4 anos acumulei mais de 150 mil milhas sobrevoadas principalmente por países asiáticos, mas também por África, América do Norte e do Sul. Perdi a conta das viagens que fiz de avião. Só em 2009 foram um pouco mais de 50 descolagens e aterragens. Hoje em dia sou portadora de um cartãozinho dourado que me dá acesso ao lounge Business e que me oferece mais algumas vantagens interessantes, como por exemplo poder levar 40 kg de bagagem (e por isso uma data de sapatos).
A viagem que fiz a semana passada a caminho da Alemanha, país onde estou agora a morar, trouxe-me um sorriso aos lábios. Já me tinha acontecido quando fui promovida à classe executiva, mas desta vez aconteceu em económica:
“Would you like something to drink, Miss Rodrigues?”
Com um avião apinhado de gente, é sempre interessante que as assistentes de bordo saibam o nosso nome. Sorri e por um segundo senti-me um bocadinho importante. O tempo em rota estava bom e por isso eu estava calma.
Fora isso, continuo a detestar aviões.
Um beijo com saudade.
1 comentário:
Faz parte da indústria da hospitalidade. Na Carnival o lema, antes de ter "evoluído" para algo novo, era "S.H.A.R.E. a Smile", que significava "Say Hello And Recognize Enthusiastically". Levavamos graaaaaande lavagem cerebral para tratarmos as pessoas pelo nome.
Para a próxima experimentar dizer-lhe "call me Bith On High Heels" e vais ver se ela segue o protocolo :)
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