07/06/2011

Não porque me lembre exactamente da data – porque a minha memória, não é, nem nunca foi muito boa para datas – mas porque  a minha caixa de entrada de emails assim o diz. Este foi o dia em que recebi o tal email – “opportunity”. Estava cansada da que levava.  É um facto. Cheguei a casa convicta e decidida a buscar novo emprego, apesar de toda a minha vida já me aguardar em Singapura sob a forma de caixas de cartão. Depois da entrevista, que foi mais um fechar de um negócio do que um “teste”,  um telefonema do meu Pai com notícias menos boas. Foi o segundo “sinal do Além” e o factor que precisava para encobrir a minha falta de coragem para dar o passo que todos esperavam de mim. Naquele momento ignorei o esforço que tinha feito durante quatro anos para atingir a minha meta. Na minha percepção, tinha conseguido juntar o útil ao agradável. Um emprego muito bem pago mais perto de casa (comparativamente a Singapura).

Tenho um emprego numa empresa que me paga mais do que o que ganha um casal de classe média em Portugal. E carro e apartamento pagos. E estou infeliz. Estes quatro meses têm sido os piores de que me lembro na minha vida. Tenho sido vitima de mobbing e à minha volta só sinto inveja. Tenho mais inimigos que amigos.

A semana que passou estive numa feira da indústria em que trabalho. Dos colegas antigos: sorrisos, abraços e “quando é que voltas para ao pé de nós?”. Na mesma ocasião o actual chefe deu a notícia a alguns colegas presentes “A Inês tem algum tempo disponível e por isso tratará dos assuntos de marketing da empresa.” E é assim que “por ter tempo a mais” fui promovida a marketing manager da empresa. Antes fosse pelos meus lindos olhos azuis. O choque e a falta de respeito teriam sido menores… É que os meus olhos são mesmo bonitos!

Um beijo com saudades.