quarta-feira, 22 de abril de 2009

E as crianças, Senhor?

As "crianças mais felizes", de acordo com este estudo, são as Holandesas.
Que as crianças Portuguesas - que passam a maioria do seu tempo em centros comerciais e cujos pais não têm tempo para estar com elas porque têm de trabalhar para poderem levar para casa o mísero ordenado que lhes servirá de sustento mensal - são das mais infelizes, não tenho grandes dúvidas. Nem sequer fico surpreendida pela "descoberta".

No entanto, e tendo vivido na Holanda por um ano, posso dizer algumas coisas: Os jovens saem de casa por volta dos 16 anos, mesmo que vivam ao fundo da rua, tendo bastante pouco contacto com os pais. E as crianças Alemãs, que ficaram com o glorioso 11º lugar, assim como as Austríacas, transformam-se em adultos para os quais ir a casa dos pais é quase uma tortura. (Vá lá que as crianças Austríacas ficaram em 18º lugar). Não que concorde com o sistema quase matriarcal Italiano, nem com o "dá cá um beijinho, somos todos família" praticado em Portugal.


Mas que raio de ciclo é este, no qual os pais se sacrificam para dar tudo aos filhos, transformando-se estes em adultos que se afastam e quase que esquecem, quais cachorros que são dados a outras famílias?!

Das poucas coisas que decidi ao longo dos quase dois anos que vivo na Áustria é que, mesmo que me case com um Austríaco - pouco, muito pouco provável - a educação será dada "à Portuguesa". E isto muito antes de ver este estudo.

Um beijo com saudade...

3 comentários:

Unknown disse...

Concordo!
:)
Beijinhos!!!

L Parreira disse...

Desculpa lá, mas não consigo compreender a lógica de que as crianças na Alemanha e Áustria são mais infelizes porque na idade adulta têm menos contactos com os pais.
Quanto à educação à "portuguesa", se por isso entendes que os filhos devem viver com os pais até depois dos 30 espero, para bem das tuas crianças, que o austríaco consiga educar as crianças por forma a elas perceberem a importância de serem autónomas.

Mindcollages disse...

L.P., A ideia original do post era que as pessoas lessem o artigo de jornal.
Não disse que as crianças são mais infelizes por em adultos não terem contacto com os pais, pois isso não faz sentido nenhum, mas, o artigo refere explicitamente que os pais sofrem e sacrificam-se bastante para criar as tais "criaturas felizes" recebendo em troca (e essa parte disse eu, por experiência própria)... rien!
Por outro lado, disse também claramente que não gostava do sistema português do "somos todos família". Aliás, tendo eu saído de casa aos 17 anos (embora só aos partir dos 24 me tenha tornado financeiramente independente), é mais do que óbvio que não concordo que "as crianças" permaneçam em casa até aos 30.
Já estava à espera de um comentário "do contra" teu.. demoraste um bocadinho mais do que eu julguei. eheheh.
Kiss.