Ainda sobre os males de coração.

Espantei-me a mim própria quando, muito senhora do meu nariz, como quem fala assim Alemão com propriedade, disse em resposta aos queixumes da minha nova professora qualquer coisa como “o problema não são eles, somos nós”. (onde é que eu já ouvi isto..)

E é a mais pura das verdades. E digo mais…

Nós temos dinheiro (suficiente).

Nós trabalhamos e muitas vezes ocupamos posições de alta responsabilidade com ordenados altos.

Nós temos apartamentos (próprios ou arrendados, mas são o nosso espaço).

Nós viajamos.

Nós comemos bem. Bebemos bem. Umas fumam (eu não). Fazemos tudo igual, por vezes melhor, e na maioria das vezes em cima de uns saltos de 8 cm, o que nos dá uma pinta do caraças.

Se calhar não temos tanto jeito para tratar de problemas de canalização e de electricidade, mas para isso há homens que se contratam.

Lá se foi a imagem da coitadinha-que-está-tão-precisada-de-alguém-que-lhe-troque-a-lâmpada-que-se-fundiu. Ou daquela que não come muito para não engordar para que os homens gostem dela e para não parecer que é uma alarve. E aquela mulher que só trabalha enquanto não tem filhos porque depois vai ficar em casa a tratar deles existe (principalmente por estes países com um sistema social mais avançado) mas não representam o todo. Ainda há aquelas que trabalham e que gostam de trabalhar e que (espantem-se!) têm uma carreira!

Nós usamos verniz, mas não temos medo que o verniz estale.

E para isso não estão eles preparados.

Ah pois é!

Um beijo com saudade.