sábado, 31 de março de 2012

Emigração vs. Solidão

(ainda em relação ao post anterior)

Sim é verdade que quando se emigra (especialmente se emigramos sozinhos) temos momentos em que estamos mais sós. Mas também é verdade que podemos estar rodeados de gente e ainda assim – e simplesmente porque estamos infelizes com a nossa situação – temos a sensação de sermos os únicos a ter determinados pensamentos ou a viver certas situações. Senão vejamos…

A situação do meu desemprego que durou, vá, contas feitas entre estágios não remunerados e estágios mal-remunerados, dois anos. Durante esse tempo andei infeliz. Tive discussões sem argumentos válidos. Arranjei namoricos com pessoas que não valiam a pena. Tomei decisões e fiz coisas contrárias. Disse e des-disse. Sofri e fiz sofrer. Afastei-me… Apercebo-me hoje em dia que uma pessoa que se considera inteligente deixada ao abandono é algo de muito perigoso. O problema é que quando me sentia triste e deprimida por estar desempregada nenhuma pessoa amiga – por mais que se esforçasse – me conseguia tirar a sensação de solidão e de estupidez. E a culpa não foi dessas pessoas mas da minha própria condição.

Sim, já me senti só enquanto na condição de emigrante. Mas isso enquanto não tive amigos e enquanto não me integrei. Depois disso posso dizer que fiz e que mantenho grandes e muito bons amigos. Algumas amizades que fiz têm hoje em dia mais valor do que amizades de longos anos.

Em jeito de conclusão posso dizer que a solidão acompanhada é mais dolorosa do que a solidão solitária. E não, a emigração não significa solidão, até porque à partida quem emigra está mais aberto ao mundo à sua volta e tem um sentimento aventureiro mais apurado do que quem nunca saiu da sua zona de conforto.

Portanto força nisso!

Um beijo com saudade.

1 comentário:

L Parreira disse...

Há dificuldades em arranjar trabalho numa grande parte dos países. A crise está longe de ser um exclusivo português.
Para arranjar um bom trabalho é preciso conhecer as pessoas certas? Claro que sim. Alguém duvida que seja assim no resto do mundo? A verdade é que é mais provável que um português conheça as pessoas certas numa empresa portuguesa do que numa empresa noutro país qualquer.
Ainda não encontraram o caminho, mas acham que ele pode ser encontrado em Portugal? Então força nisso!