sexta-feira, 25 de maio de 2012

Malabarismos equilibrados

Dizia-me ontem ao telefone uma grande amiga - enquanto tentava, com pouco sucesso, seguir os conselhos do GPS e ouvir-me ao mesmo tempo através do auricular - que tirar a carta de condução tinha sido o melhor que ela tinha feito nos últimos tempos.
Na verdade foram uns bons meses passados a praticar essa arte de convencê-la que a carta lhe traria uma autonomia enorme e que o medo de conduzir rapidamente se dissiparia. E assim foi. Anda toda contente de cá para lá a desbravar estradas sem medo.

Continuámos a nossa conversa e ela disse-me ainda que o seu sonho era trabalhar na ONU.
"Espera, tu moras nesse país onde as mulheres depois de serem mães, deixam de ser mulheres e passam a ser... Mães... Trabalhando o mínimo possível para estarem com os filhos e o teu sonho é trabalhar na ONU?
És a minha heroína!" -- Disse-lhe eu.

Pessoas assim dão-me alento para eu continuar a pensar como penso e a não desistir dos meus ideais.
É que eu quero ser "marida" e mãe e companheira e amiga, mas quero continuar a ter a minha carreira, a ser necessária para além das quatro paredes do meu Lar. Quero a minha independência - financeira e não só. Ser mãe a tempo inteiro é verdadeiramente uma arte. Conheço bem de perto quem o faça e tiro-lhes o chapéu. Talvez seja demasiado egocêntrica para isso...

Esta amiga deixou uma vida noutro país para lutar por um amor, mas nunca se esqueceu da sua individualidade. Um bem haja para ela! E que o tal emprego não seja apenas um sonho!

Um beijo com saudade.

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